O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão do cargo ao presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (23). A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União, informando que o desligamento foi feito a pedido do próprio ministro.
Para o lugar de Salles, assumirá o atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, que foi nomeado pelo próprio Salles, e, além de formular políticas para a preservação do bioma amazônico, era responsável pela estrutura que organizava o sistema de pagamentos ambientais, implantado pelo governo Bolsonaro para remunerar proprietários de terra que preservam suas áreas.
Há duas investigações contra Salles no Supremo Tribunal Federal (STF). Na Operação Akuanduba, onde é o principal investigado, ele teve seus sigilos bancários e fiscal quebrados e foi alvo de mandados de busca e apreensão.
A operação é conduzida pela Polícia Federal e apura crimes contra a administração pública — corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando — praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Esse processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.
No início de junho, a ministra Cármen Lúcia autorizou a abertura de um inquérito para apurar se o ministro obstruiu as investigações de um esquema de desmatamento ilegal na região, a Operação Handroanthus, considerada a maior já realizada.