Por Dora Kramer
Comprados pelo valor de face, os índices de intenção de votos registrados nas pesquisas deveriam deixar Jair Bolsonaro e Luiz Inácio da Silva tranquilos, pois aparecem muito à frente dos possíveis adversários.
Mas, não. Ambos no mesmo dia (terça, 20.07) deram-se ao trabalho de atacar as articulações em busca de candidaturas alternativas, desdenhando da possibilidade de uma terceira (quarta ou até quinta) via atrair a atenção do eleitorado.
Só pode haver uma explicação: localizados nos extremos opostos da polarização político-eleitoral, Lula e Bolsonaro têm prestado atenção ao enorme contingente, também registrado nas pesquisas, que prefere não votar em nenhum dos dois se lhe for dada a oportunidade de outras escolhas.
Daí terem “piscado” em sinal de receio e disposição para tentar matar no nascedouro algo que, pela reação deles, acreditam ter chance de prosperar.