Divulgação/GAECO-PB |
Por Wellington Farias
A pergunta inerente ao título exclui, naturalmente, as raríssimas exceções.
Muito do que lemos, vimos e ouvimos sobre as investigações da Operação Calvário ainda vai ser esclarecido. Não se sabe, portanto, até onde vai a verdade, porque ainda haverá manifestações do contraditório etc e tal.
Suponhamos, entretanto, que dez por cento do que já foi vazado seja verdadeiro. Não seria fora de propósito perguntar: Onde estávamos – nós da imprensa – que sequer percebemos o que estava acontecendo?
A pergunta é oportuníssima. A menos, que nada ou quase nada seja verdade.
De olho
À imprensa também compete o imprescindível papel de fiscalizar os Poderes e as instituições com influência sobre a vida do cidadão. Terá cumprido ainda melhor papel antecipando-se aos fatos naquilo que incorra em riscos e prejuízos para a socidade.
O que houve?
Que terá acontecido conosco – jornalistas e veículos de comunicação – que nem em sonho nos demos conta de que, supostamente, havia um dragão da Orcrim torrando, sem dó nem pena, volumosas quantias do erário?
Ou esse dragão não passa de uma lagartixa?
Queixosos
Durante as gestões de Ricardo Coutinho, tanto na Prefeitura quanto no Governo do Estado, apenas uma ” meia dúzia de três ou quatro” se atrevia a arreganhar os caninos na direção do poder. Mesmo assim, com discurso pautado pelo rancor e pelo ódio à pessia de Ricardo Coutinho. Nada, portanto, que contribuísse para evitar o suposto ataque ao erário.
Atualmente
Nós, o mundo e até a mulher do seu Raimundo sabemos que João Azevêdo e Ricardo Coutinho são muito diferentes tanto fisicamente quanto em personalidade. Mas sabemos, também, que, enquanto chefes de Estado, ambos têm a mesma origem, eram do mesmo partido e um é cria do outro.
Mais que isso: João foi eleito como candidato da escolha pessoal de Ricardo e, ambos, com o discurso bastante convincente de que se tratava de um projeto político e de gestão com o slogan “Segue o trabalho”.
Nova ideia
Observem que, desde já, alguns setores da imprensa tentam ” vender” a ideia de que João e Ricardo eram água e azeite, que não se misturam.
Atentem para o fato de que notícias e comentários agora querem convencer a todos de que as delações premiadas com acusações contra o ex-governador Ricardo Coutinho são a mais pura verdade. Mas, o que dizem os mesmos delatores sobre João Azevêdo não é bem assim: carecem de provas, de investigação mais atenta e, provavelmente, não se sustentarão.
Déjà vu
Acabo de assistir ao oportuníssimo “Democracia em vertigem”, da diretora Petra Costa, e candidatíssimo a um Oscar de melhor Documentário. Faz sentido: a história é implacável com a farsa e seus atores.