Nem sempre a boca fala do que está cheio o coração. Nesta semana, um fato absurdo, promovido pelo senador Ney Suassuna (Republicanos) durante entrevista à TV Correio, repercutiu na mídia nacional de forma negativa. Não era para menos. Obsceno em todos os sentidos. Estirou “o dedo” sem respeito e sem pudor.
Biblicamente, no capítulo do livro de Mateus 12;34, está escrito: “Raça de víboras! Como podeis vós falardes coisas boas, sendo maus? Pois, do que há em abundância no coração, disso fala a boca”. Ney pecou absurdamente.
A triste cena aconteceu após o parlamentar ser indagado sobre o estado de saúde do senador José Maranhão (MDB), internado por complicações da covid-19 em São Paulo desde novembro do ano passado. Ao vivo, Ney alongou o dedo não só para Zé, mas para toda a Paraíba. Foi desprezível. O gesto foi logo após dizer que deseja a recuperação do colega de Senado. Mentiroso de sua própria consciência.
Suassuna, que assumiu como suplente de Veneziano Vital (MDB), tentou se explicar dizendo estar direcionando o gesto obsceno para um de seus assessores, como se isso fosse desculpa para a falta de decoro.
Em nota, o MDB (partido do senador Maranhão) destacou que Ney “revelou um nefasto sentimento contra milhares de vítimas brasileiras que tentam se recuperar, afora as que não resistiram, deste malfadado vírus que transformou a face do planeta. Postura jamais esperada de qualquer ser humano, tampouco de alguém que ostenta, mesmo como suplente, uma representatividade popular”.
A médica Alice Maranhão, filha do ex-governador, usou as redes sociais para desabafar: “Aprenda com meu pai, o qual antes de traqueostomizado, recomendou: ‘importante vacina para o povo!’ Ele sim, é um estadista, guerreiro, trabalhador. Em um leito de hospital, preocupando-se com a saúde dos outros. Certamente, se o senhor tivesse aprendido a fazer política com meu pai, estaria de mãos postas ao céu, pelo nosso estado”, disse.
Usando da prerrogativa de senador, Ney perdeu tempo e a oportunidade de levantar o dedo para pedir um futuro melhor para a humanidade, livre do ódio, do rancor, do extremismo e do novo vírus.
Mas a gente só dá o que tem. Neste caso, Ney deu o dedo.
Notas de repúdio: