Sinceramente, não quero fazer nenhum juízo de valor, nem incentivar nada, mas o nosso comércio não aguenta mais um mês fechado. Acredito que, com ou sem decreto, todos vão abrir antes que termine este mês de junho. Percebo isso na aflição de alguns comerciantes com quem conversei. Todos entendem o momento, porém as dificuldades, na linha do tempo da vida, são cada vez mais frustrantes, causando muitas aflições.
Os relatos são lamentáveis, desde a junção das contas não pagas, há dois meses, até o desperdício de mercadorias. Entre os empresários e os microempresários, o discurso é um só: “Estamos, desde março, fechados. São decretos e mais decretos e o Poder Público fazendo o simples, o paliativo”, disse-me hoje um empresário. E completou: “Sofre a gente, sofre o povo”.
Indo nessa linha de raciocínio e observando as medidas de enfrentamento à pandemia no Brasil, a gente se entristece e vê que algo se perdeu nesse caminho. Pelo jeito, já não há muito o que fazer sobre o pico da Covid-19. Os números, por si só, já dizem tudo.
Enfim, as ações do estado brasileiro são frágeis, sempre “mais do mesmo”, e o planejamento emergencial nunca foi claro. Falta respeito, desde o comportamento da população e sua consciência, até as ações governamentais. A própria população, agindo como que por puro instinto de sobrevivência, ja não aguenta mais. Lamentavelmente, os casos confirmados só aumentam e, consequentemente, as mortes também.
Na verdade, qual país estava preparado para este momento? Nenhum! Esse novo vírus nos revela uma fragilidade enorme em todos os sentidos. Certo é que entramos neste período de uma forma e vamos sair de outra. As experiências, as dores ficarão marcadas na história. O Poder Público vai aprender a lição?