Mais de 400 indígenas já testaram positivo para Covid-19 na Paraíba

Há casos confirmados entre os índios potiguaras, tabajaras e os waraos, que são refugiados, aponta boletim da UFPB.

Mais de 400 indígenas já testaram positivo para Covid-19 no Estado, segundo o 8º Boletim do Observatório Antropológico da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), publicado na última quarta-feira (15).

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De acordo com o documento, 243 potiguaras foram infectados, 201 nas aldeias e 42 nas áreas urbanas, nos limites dos municípios de Rio Tinto, Baía da Traição e Marcação, nas Terras Indígenas Potiguara, Jacaré de São Domingos e Potiguara de Monte-Mor, no Litoral Norte paraibano.

 

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*PARAÍBA: POVOS INDÍGENAS E COVID-19* Boletim #08 – 15/07/2020 *Povo Potiguara* – São 243 Potiguara confirmados (201 nas aldeias e 42 nas áreas urbanas). Além desses existem mais 146 não-indígenas residentes nas aldeias confirmados (a maior parte na aldeia Monte-Mór). Assim, dentro das terras Potiguara são 347 casos confirmados acumulados. Óbito de 02 indígenas (uma mulher Potiguara e um homem Xukuru) e 02 não-indígenas. Nas aldeias registram-se 65 recuperados. Fontes: Boletins das Prefeituras de Marcação, Rio Tinto e Baía da Traição (até 10/07/2020); Boletim DSEI Potiguara (10/07/2020); Informativo Potiguara Covid-19 (12/07/2020). *Povo Tabajara* – Existe grande dificuldade em confirmar os casos entre os Tabajara. São 10 casos notificados no Conde, com testagem positiva para metade desses e 01 óbito de uma senhora idosa identificado após o falecimento da mesma. Somam-se 03 casos confirmados com mais 01 suspeito em João Pessoa e 02 suspeitos em Bayeux. Os casos suspeitos mais antigos encontram-se recuperados, sem que tenham sido testados. Fontes: lideranças indígenas até 13/07/2020. *Povo Warao* – Em João Pessoa é de 68 o número de Warao que tiveram confirmação clínica e encontram-se recuperados. Em Campina Grande foi registrado o primeiro caso. Nesta cidade vivem hoje 57 Warao. Fontes: Rede Povos da Terra e Observantropologia-UFPB (13/07/2020).

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Além desses, existem mais 146 não-indígenas residentes nas aldeias confirmados, a maior parte na aldeia Monte-Mór. Até agora, na região, morreram da Covid-19 dois indígenas, uma mulher potiguara e um homem xukuru, e mais dois não-indígenas.

Conforme o Boletim do Observatório Antropológico da UFPB, 65 indígenas se recuperam da Codiv-19, no Litoral Norte. Esses dados são fundamentado nos boletins das Prefeituras de Marcação, Rio Tinto e Baía da Traição e no do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Potiguara, até 10 de julho; e no informativo potiguara sobre a Covid-19 de 12 de julho.

O 8º Boletim do Observatório Antropológico da federal paraibana também afirma que existe uma grande dificuldade para confirmar o número de casos confirmados entre os indígenas tabajaras, que ocupam a Barra de Gramame, Jacumã e periferia do Conde, município na Grande João Pessoa.

Até agora, são dez casos notificados no Conde, com testagem positiva para metade desses e um óbito de uma senhora idosa identificado após seu falecimento. Também há o registro de três tabajaras infectados e de um caso suspeito em João Pessoa e mais dois suspeitos em Bayeux, também na Região Metropolitana. Os casos suspeitos mais antigos encontram-se recuperados, sem que tenham sido testados, segundo informações repassadas por lideranças indígenas, até 13 de julho.

Com relação ao povo warao, etnia indígena que habita o nordeste da Venezuela e norte das guianas ocidentais e que hoje tem alguns refugiados no Brasil, 68 deles tiveram confirmação clínica da Covid-19, em João Pessoa, e já estão recuperados.

Em Campina Grande, no Agreste paraibano, foi registrado o primeiro caso confirmado para indígena warao. Segundo 8º Boletim do Observatório Antropológico da UFPB, com auxílio da Rede Povos da Terra, 57 waraos vivem hoje na Rainha da Borborema.

Em nota metodológica, o Observatório Antropológico da UFPB afirma que, como prefeituras e DSEIs possuem recortes territoriais e operacionais distintos, foram elaboradas categorias descritivas e analíticas próprias. “Isso é necessário pois os contextos indígenas são plurais, heterogêneos e complexos, inexistindo na vida cotidiana separações rígidas entre áreas urbanas, rurais e aldeias em cada contexto indígena”, diz a nota.

Redação
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