Lula: desfile militar nos arredores do Congresso é ‘cena patética’

O evento teve como mote a entrega de convite a diversas autoridades da República para participarem do dia de Demonstração Operativa da Operação Formosa.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “patética” a realização de um desfile de veículos militares blindados nos arredores do Congresso Nacional nesta terça-feira (10). O evento teve como mote a entrega de convite a diversas autoridades da República para participarem do dia de Demonstração Operativa da Operação Formosa.

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Para Lula, não era preciso “inventar um desfile militar” para entregar o convite. “Se Bolsonaro queria uma foto com militar cumprimentado ele, poderia ir no quartel, ou quem sabe chamasse seu fotógrafo dentro do Palácio, porque tá cheio de militar lá dentro”, ironizou.

“A cena patética de hoje de receber um convite para um pequeno desfile militar na frente do Palácio. Eu acho que nem Sarney, nem Fernando Henrique Cardoso, nem eu, Dilma, nem Temer, nunca precisamos disso. O cara quer entregar um convite, o cara pega um avião, desce em Brasília, vai no gabinete, entrega o convite e acabou”, disse o ex-presidente em entrevista à Rádio ABC de Porto Alegre. “Isso é o jeito do Bolsonaro dizer que ele é o presidente desse país”, criticou Lula.

O desfile dos veículos blindados ocorre no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados tem em sua pauta a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, tema que virou bandeira do presidente Bolsonaro. A Marinha informou por meio de nota que o desfile foi planejado antes da agenda de votação. No entanto, a coincidência da data causou desconforto a parlamentares, que acusam Bolsonaro de tentativa de intimidação do Parlamento brasileiro.

Na agenda de conversa com atores políticos, Lula negou que esteja buscando uma aproximação com a ala militar. “Eu não tenho carta pra conversar com militares. Se fizer uma carta, faço uma carta para conversar com o povo brasileiro, e dentro do povo brasileiro estarão os militares”, disse o ex-presidente, emendando: “se um militar quiser fazer política, ele renuncia ao cargo, tira a farda e se candidata a alguma coisa. Não vejo problema. O que não dá é para aproveitar a instituição e fazer política”.

Com Agência Estado

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