O PT não precisa fazer nenhuma autocrítica e não nasceu para ser um partido coadjuvante. Foi o que afirmou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em seu primeiro ato partidário. Eu já digo o contrário, precisa e rápido dessa autocrítica. O partido não pode ficar o resto da vida a reboque de Lula, que todos sabemos que terá uma suposta candidatura a presidente, em 2022. É preciso avaliar as ações da legenda, a partir do segundo Governo Dilma Rousseff, passando pelo impeachment da petista, a prisão de Lula e o resultado das eleições de 2018, que elevou o processo democrático brasileiro a outra patamar – se está sendo bom ou ruim, cada um que tire as suas próprias conclusões.
“Vocês já viram alguém pedir para FHC fazer autocrítica? […] Quem quiser que o PT faça autocrítica, que faça a crítica você. Quem é oposição que critica, ela existe para isso […] Na dúvida, a gente defende o nosso companheiro”, afirmou o ex-presidente. Lula afirmou que o partido não deve abrir mão de seu protagonismo e lançar candidatos em todas as cidades possíveis em 2020 para “defender o seu legado”. De que legado estamos falando: do PT, que viu tudo afundar, ou do próprio Lula que, querendo ou não, teve culpa sim, indiretamente, do malfadado Governo Dilma II. Não adianta tapar os olhos. Esse protagonismo não é e nunca será o mesmo, se continuarem olhando apenas para os próprios umbigos, e ainda dando munição aos Bolsonaros.
Na Paraíba, por exemplo, o PT já é não protagonista há muito tempo. Desde que recusou a candidatura de Ricardo Coutinho, então filiado à legenda, ao Governo do Estado. Ricardo migrou para o PSB e permanceu no comando do Estado por oito anos, ajudando a eleger o sucessor João Azevêdo, com quem rachou recentemente. Engraçado que minha mãe sempre fala: “minha filha, nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio”. Taí. Ricardo e Lula e o PT são melhores amigos. O PT da Paraíba, apesar de todos os esforços, em muitos casos têm servido apenas como ‘apoio’. É fato!
Com a saída da prisão, beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal sobre prisão após condenação em 2ª Instância, Lula centro fogo na gestão Bolsonaro. Por fim, disse que vai lutar para recuperar os seus direitos políticos. Mas, evitou cravar que deseja voltar a disputar à Presidência da República. E disse que quer subir a rampa do Planalto em 2022, mas não necessariamente como presidente. A palavra deveria ser renovação, mas não vejo discurso nesse sentido.
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