Reportagem do Jornal O Globo, publicada no último fim de semana, aponta para o crescimento de registros de pesquisas eleitorais na Paraíba e possível relação com fraudes. De acordo com o levantamento, em 2024 a Paraíba já registrou, até setembro, mais que o dobro de pesquisas em relação ao ano de 2020.
Ainda segundo a reportagem, o uso de sondagens se intensificou no atual processo eleitoral, e casos de levantamentos com suspeitas de irregularidades pipocam país afora. Nas últimas semanas, foram identificadas distorções nos dados, faixas do eleitorado ignoradas nas entrevistas e até pessoas de outras cidades sendo ouvidas. A Justiça chegou a derrubar pesquisas em estados como Rio, Paraíba e Piauí, por exemplo.
A avaliação de especialistas é a de que há uma série de questões estruturais que estabeleceram um cenário propício para a realização de pesquisas. Entre elas, estão o aumento da escolarização de moradores do interior, a descentralização da economia, a interiorização das estruturas partidárias e o aumento da competitividade das disputas eleitorais.
No entanto, esse boom traz desafios importantes. Alguns institutos são criados com nomes muito parecidos de empresas já estabelecidas no mercado e pesquisas têm sido registradas no TSE com metodologias irregulares. Além disso, um terço dos levantamentos têm a própria empresa se declarando como o financiador do trabalho, o que levanta suspeitas.
Em Bananeira, na Paraíba, uma pesquisa foi impugnada porque a pessoa que consta como contratante negou que ele tenha pedido o serviço. A Justiça, então, proibiu o Instituto Nacional de Pesquisas de divulgar qualquer levantamento. Ao GLOBO, um representante da empresa que se identificou como Sílvio afirmou que um amigo indicou o nome dessa pessoa porque o documento necessário para a empresa declarar a pesquisa como autofinanciada não ficou pronto a tempo.
Com informações do O Globo