Potiguaras do Vale participam de movimento que reúne etnias de todo o Brasil

Mobilização pressiona contra aprovação de PLs que interferem nas áreas indígenas.

O povo Potiguara, que tem uma população estimada em 21 mil indígenas, distribuídos em 32 aldeias, nos municípios de Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição, no Litoral Norte paraibano, participou, entre os dias 04 e 08 de abril, do Acampamento Terra Livre (ATL), uma mobilização organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), em Brasília (DF).

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Em sua 18ª edição, a programação do evento retomou ao formato presencial, após dois anos consecutivos em modo virtual, em razão da pandemia de Covid-19 e reuniu, nesta edição, mais de 6 mil indígenas de 176 etnias, de todo o país. O tema abordado em 2022 é: Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldeiar a Política. “Não iremos aceitar o retrocesso, não iremos aceitar o Marco Temporal, nem minerações dentro das nossas terras indígenas. A nossa luta aqui, é para garantir os nossos direitos garantidos na constituição”, disse o cacique-geral do povo Potiguara, Sandro Gomes.

O objetivo dessa mobilização é para reivindicar a demarcação de terras indígenas e a não aprovação de projetos de lei, que ameaçam a vida e tradição desses povos, como o PL 191/2020, que abre as terras indígenas para a exploração em grande escala, para a mineração, hidrelétricas e grandes projetos de infraestrutura; o PL 490/2007 que insiste no fim da demarcação das terras indígenas, além do Marco Temporal, que estabelece que os povos originários do Brasil, só podem reivindicar terras na data da promulgação da constituição de 1988.

A liderança Potiguara da Aldeia Monte-Mor, cacique Claudecir Braz (Cal) disse que são 16 anos de acampamento, um período de luta, de mobilização dentro desse contexto nacional, conseguindo alcançar objetivos, mesmo com dificuldades. “A gente não vem aqui para passear, para se divertir, a gente vem em busca de garantias, em especial ao nosso território, pois sem ele não tem vida”, frisou.

Na programação do ATL 2022, acontecem diversas plenárias, abordando temas como saúde, educação e representatividade indígena no meio político, além de apresentações culturais, que acontecem no palco central do evento, instalado nas proximidades da Funarte, no Eixo Monumental, no Distrito Federal.

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Redação
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