Joseane, Betânia, Vera, Maria Helena, Maria Cleoneide e Maria Cristina: essas são as representantes femininas, de uma delegação de 26 pessoas, que saíram do Litoral Norte paraibano para participarem da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, em Brasília.
O grupo formado por indígenas de Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição, reforça o ato na capital federal em defesa de mais direitos aos povos originários e contra o chamado “marco temporal” sobre a demarcação de terras, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
As guerreiras potiguaras, que se somam aos remanescentes do movimento Luta Pela Vida (acampamento indígena), relataram ao Blog a experiência de participar pela primeira vez da Marcha das Mulheres, que neste ano tem como tema do protesto “Reflorestando mentes para curar a terra”.
“Estou muito feliz e orgulhosa da força e da garra dessas mulheres. Participar desses momentos é de suma importância para que possamos estar fortalecendo e reivindicando o que é nosso por direito”, disse Maria Helena, uma das militantes do movimento indígena.
Desde o dia 26 de agosto, o STF julga se a demarcação de terras indígenas deve seguir o critério que define que as etnias só podem reivindicar áreas que já eram ocupadas por eles antes da data de promulgação da Constituição de 1988, o chamado “marco temporal”.
A decisão dos ministros pode definir o rumo de mais de 300 processos de demarcação que estão em aberto no país, e , caso aprovado essa tese — e o projeto em tramitação no Congresso — os povos indígenas podem sofrer ameaças ainda maiores do que as que enfrentam nestes dias de fiscalização precária e incentivo à invasão de suas terras.