O coronavírus e o coração – por Dr. Valério Vasconcelos

O vírus pode afetar pacientes com doenças cardíacas de várias maneiras.

O coronavírus é atualmente uma preocupação mundial. No entanto, nas pessoas com problemas cardíacos subjacentes, as preocupações são sérias o suficiente para que o American College of Cardiology (ACC) tenha publicado um boletim este mês para alertar os pacientes sobre o possível aumento do risco e incentivar precauções adicionais razoáveis.

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Com base em relatos iniciais, 40% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 tinham doença cardiovascular ou doença cerebrovascular de acordo com o boletim.

Essa estatística não significa que as pessoas com doenças cardíacas têm maior probabilidade de contrair o coronavírus. Isso significa apenas que essas pessoas têm maior probabilidade de terem complicações.

O vírus pode afetar pacientes com doenças cardíacas de várias maneiras. O principal alvo do vírus são os pulmões, mas pode afetar o coração, especialmente um coração doente, que precisa trabalhar mais para obter sangue oxigenado por todo o corpo. Por exemplo, pode agravar os problemas de alguém com insuficiência cardíaca, onde o coração já está tendo problemas para bombear com eficiência.

Um vírus também pode representar um risco especial para as pessoas que têm o acúmulo de gordura conhecido como placa nas artérias. As evidências indicam que doenças virais semelhantes podem desestabilizar essas placas, resultando potencialmente no bloqueio de uma artéria que alimenta o coração, colocando os pacientes em risco de ataque cardíaco.

Muitas das mesmas precauções que funcionam contra a gripe devem ser úteis contra o COVID-19, porque parece se espalhar da mesma maneira – através de gotículas no ar quando alguém tosse ou espirra.

As pessoas devem se prevenir lavando as mãos, mantendo as superfícies limpas e evitando viajar para áreas com surtos.

O boletim do ACC recomenda que as pessoas com doenças cardiovasculares se mantenham atualizadas com as vacinas, inclusive para pneumonia. O ACC também apoia a vacinação contra a gripe para evitar outra fonte de febre, que pode ser confundida com a infecção por coronavírus.

Fonte: American Heart Association
Dr. Valério Vasconcelos
Dr. Valério Vasconcelos
Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Médico pesquisador no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (InCor/FMUSP).

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