Miocardiopatia hipertrófica – por Dr. Valério Vasconcelos

Embora a miocardiopatia hipertrófica não tenha cura, o tratamento ajuda a aliviar os sintomas e a evitar o agravamento do problema.

A miocardiopatia hipertrófica é uma doença grave que leva ao aumento da espessura do músculo cardíaco, deixando-o mais rígido e com maior dificuldade em bombear o sangue, podendo levar à morte.

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Embora a miocardiopatia hipertrófica não tenha cura, o tratamento ajuda a aliviar os sintomas e a evitar o agravamento do problema, prevenindo complicações como uma arritmia cardíaca e, consequentemente, uma parada cardíaca.

Na maior parte dos casos, a miocardiopatia hipertrófica não apresenta qualquer sinal ou sintoma, sendo, muitas vezes, identificada numa consulta cardiológica de rotina. No entanto, algumas pessoas podem sentir: falta de ar, especialmente ao fazer esforços físicos; dor no peito, principalmente durante o exercício físico; palpitações ou sensação de batimentos cardíacos rápidos; tontura; visão turva; cansaço excessivo.

Assim, quando surge algum desses sintomas é aconselhado ir ao médico para fazer os exames necessários (como eletrocardiograma e o ecocardiograma, que ajudam a identificar o problema) e iniciar o tratamento adequado. Outros exames podem ser realizados, tais como: teste na esteira, Holter de 24 horas e ressonância magnética do coração.

Normalmente, com o avançar da idade, ocorre o enrijecimento do coração, também é comum que ocorra aumento da pressão arterial e até arritmias, devido à alteração dos sinais elétricos no músculo cardíaco. A fibrose miocárdica é uma área do músculo que fica pouco complacente e com isso aumenta a chance de arritmias cardíacas e morte súbita.

Miocardiopatia hipertrófica acomete cerca de uma em cada 500 pessoas

A miocardiopatia hipertrófica acomete cerca de uma em cada 500 pessoas, requer acompanhamento médico para avaliar o risco que essa hipertrofia do músculo cardíaco pode levar. A prevenção da morte súbita, nesses casos, é feita com o implante de um dispositivo cardíaco denominado Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI). Tal dispositivo é um tipo de marca-passo colocado no coração para que, em caso de uma arritmia maligna com risco de morte súbita, ele dê um choque direto no coração do paciente revertendo automaticamente a arritmia e evitando consequentemente uma parada cardíaca.

O desfibrilador implantável monitora o ritmo cardíaco 24 horas por dia. Se o coração estiver batendo muito rápido ou de forma irregular, o dispositivo envia pequenos sinais elétricos indolores para corrigir o ritmo cardíaco. Se o ritmo cardíaco continuar acelerado, o desfibrilador aplica um choque para trazer o ritmo cardíaco de volta ao normal.

Pacientes com miocardiopatia hipertrófica têm um risco maior de desenvolver sintomas graves de Covid-19, sendo, portanto, considerados portadores de comorbidades. Em 8 de maio de 2020, o Instituto de Pesquisa e Tecnologia Agroalimentar (IRTA) relatou o caso do primeiro gato infectado com Sars-CoV-2 na Espanha. Tratava-se de um gato de 4 anos denominado Negrito, que vivia com família afetada pelo covid-19, com um caso de morte. Coincidindo com esses fatos, o animal apresentava graves dificuldades respiratórias e foi encaminhado a um hospital veterinário em Barcelona, onde foi diagnosticado cardiomiopatia hipertrófica.


Dr. Valério Vasconcelos – Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Médico pesquisador no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (InCor/FMUSP).
Dr. Valério Vasconcelos
Dr. Valério Vasconcelos
Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Médico pesquisador no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (InCor/FMUSP).

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