Hipertensão e doenças cardíacas aumentam riscos de ter forma grave da covid-19

Nesta sexta-feira, 28, Paraíba registrou mais 3.354 casos de contaminação pelo Sars-CoV-2.

Hipertensos e cardíacos devem redobrar os cuidados para evitar contaminação pela covid-19. O alerta é do cardiologista e pesquisador Valério Vasconcelos, perante o aumento de casos da doença na Paraíba. Nesta sexta-feira (28), a Secretaria de Estado da Saúde registrou mais 3.354 casos de covid-19. Também foram confirmados 14 novos óbitos. Atualmente, a Paraíba soma 9.686 mortes em decorrência da doença.

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Autor do livro “O coração gosta de coisas boas”, Valério Vasconcelos ressalta que hipertensão e doenças cardíacas aumentam os riscos de que as pessoas tenham forma grave da covid-19. “A doença pode ser um fator que piora uma doença cardíaca preexistente, mas também é o gatilho para o surgimento de uma enfermidade no peito em cerca de 12% dos pacientes. O coronavírus pode danificar o coração de várias maneiras e por caminhos diferentes”, afirma.

Conforme o cardiologista, no músculo cardíaco, o vírus Sars-CoV-2 tem uma ação direta e indireta. Em primeiro lugar, o patógeno pode se alojar ali e devastar as células do órgão; em segundo, o contágio gera uma resposta desmedida do sistema imune.

“Uma vez que o organismo detecta um inimigo, ele ativa suas defesas imunológicas e passa a trabalhar para atacar as células doentes. Para realizar esse combate à inflamação, os vasos sanguíneos se dilatam com objetivo de levar mais sangue e, com ele, mais células imunológicas ao local. Assim, quando o corpo reage de maneira muito vigorosa e desenfreada, corre-se o risco de destruir tecidos saudáveis do coração e, dessa forma, prejudicar o seu funcionamento”, explica Valério Vasconcelos.

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Para o cardiologista, a variante Ômicron é menos virulenta, mas a taxa de transmissibilidade é alta e chega a 4.4 em João Pessoa. Por isso, é necessário que a população fique atenta e mantenha os cuidados de prevenção. “A covid-19 pode causar sequelas no coração, mesmo em pessoas que já se recuperaram da doença e que não estiveram hospitalizadas. Há, inclusive, cada vez mais dados que revelam algum tipo de dano no coração de pessoas que estiveram infectadas com covid-19”, frisa Vasconcelos.

O cardiologista e pesquisador lembra ainda que, desde o início da pandemia, houve muitos doentes internados em hospitais devido à covid-19 que apresentavam algum tipo de lesão cardíaca. “Mais recentemente, reconhece-se que o mesmo está descrito em pessoas que não necessitaram de ser hospitalizadas, isto é, que tiveram apenas formas leves a moderadas da doença causada pelo novo coronavírus e que não tinham doenças preexistentes”, diz.

De acordo com Valério Vasconcelos, há risco de sequelas em todos os órgãos, inclusive no coração, mesmo após a pessoa ter a covid-19. Ele explica que a atividade inflamatória provocada pelo vírus Sars-CoV-2 pode persistir de maneira silenciosa e com manifestação tardia, inclusive com a possibilidade de sequelas crônicas. Ou seja, certos riscos ainda permanecem.

“Por isso, quem já foi infectado pelo coronavírus e está na fase de recuperação deve ficar atento a qualquer tipo de sintoma que o corpo emite, como cansaço, palpitação, falta de ar, dor muscular, dor no peito, dor de cabeça, batimentos cardíacos irregulares, inchaço nos tornozelos e tonturas. Também deve procurar um cardiologista para que os sinais possam ser devidamente avaliados em um check-up completo”, ressalta o especialista.

Redação
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