Nos últimos dias, a atual situação do território Yanomami — a maior reserva indígena do Brasil — virou ponto de atenção no país, pela crise sanitária e de segurança alimentar que o povo local tem enfrentado.
Contexto… O garimpo ilegal parece ter avançado na região, com o número de garimpeiros tendo passado de 20 mil em 2022. Para ter uma ideia, a população indígena local é de cerca de 28 mil pessoas.
- Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças Yanomamis de 1 a 4 anos morreram no último ano — a maioria por desnutrição, pneumonia e diarreia.
- Ainda, cerca de 40% da população local teve diagnóstico confirmado de malária em 2022 — um total de 11.530 casos.
A repercussão 🗣️
O Ministério Público Federal soltou uma nota afirmando que alertou o governo passado sobre a situação, mas que o Estado foi omisso e não tomou medidas suficientes. Líderes locais e ativistas ainda falaram sobre Bolsonaro ter feito um corte de recursos.
Em números: De 2019 a 2022, 88% do orçamento de R$ 6,1 bilhões destinados à proteção de saúde indígena foram gastos. Aos Yanomamis especificamente, foram usados R$ 51 milhões dos R$ 59 milhões do orçamento de 2022. Apesar disso, um líder local aponta erros graves no uso do dinheiro.
No sábado (21), Lula viajou a Roraima para visitar o povo da região. Em coletiva, o presidente criticou diretamente a gestão de Bolsonaro — descrevendo a situação como desumana. Em resposta, Jair afirmou que as críticas são farsa da esquerda.
Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, falou que a situação mostra indícios fortíssimos de genocídio e determinou a abertura de um inquérito para investigação do caso.
Além disso… O governo exonerou 54 pessoas do FUNAI e do Ministério da Saúde envolvidas na proteção dos povos indígenas e declarou emergência médica no território Yanomami. O secretário de saúde indígena disse que mais de 1.000 atendimentos já foram realizados.