De acordo com o 5º Relatório de Monitoramento do Grupo de Estudos em Educação, Etnias e Economia Solidária (GEPeeeS), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a situação está ficando preocupante no Vale do Mamanguape. No período de 1ª a 10 de julho, a pandemia do novo coronavírus (Sars-cov-2) permaneceu em firme crescimento, branda aceleração e rápida interiorização.
O documento chama atenção para a vulnerabilidade da população em bairros populares, periferias urbanas, aldeias indígenas, comunidades rurais, áreas de assentamentos e comunidade de pescadores.
Nos primeiros 10 dias de julho, houve ampliação no número de casos suspeitos, que subiu de 1.099 casos para 1.287, um aumento de 17%. Já os casos confirmados elevaram-se de 2.755 para 3.748, ou seja, 36%.
Os casos ativos – que necessitam de mais cuidados – aumentaram de 1.262 para 1.920 casos. Significa que houve um aumento bastante expressivo de 52%, nesse curto intervalo de tempo.
O número de óbitos ampliou 47 para 55. Já o de curados aumentou de 1.147 para 1.890. “Se tais índices se mantiverem com esses comportamentos, poderemos ter uma diminuição da incidência da pandemia da Covid-19 no território estudado”, afirmou o professor Paulo Palhano.
O monitoramento ainda apresenta pedagogicamente sugestões na flexibilização. Segundo o documento, a elaboração de protocolo de flexibilidade deve atender às indicações dos decretos do Governo do Estado da Paraíba, bem como estabelecer indicadores que venham atender às necessidades de cada município.
“A condução da flexibilização irá ditar o comportamento do vírus nas próximas semanas. Os dados analisados foram oriundos dos boletins oficiais do Ministério da Saúde do Brasil, Secretaria de Saúde da Paraíba e Secretarias de Saúde dos municípios do Vale do Mamanguape e da OMS”, explicou o professor.
O pesquisador da UFPB ainda ressalta que é fundamental que todas as atividades visando o isolamento e distanciamento social permaneçam. “Os comitês para a crise sanitária devem ser mantidos, tendo atividades de reuniões regulares e conteúdo das definições publicadas. Desta forma, havendo mais ações sociais como barreiras sanitárias, campanhas educativas, ações de comunicação popular e distribuição de alimentos e sabão”.
No ponto de vista do docente, as Prefeituras Municipais e Comitês de Crise do Vale do Mamanguape devem manter o alerta de vigilância. “Não se pode trabalhar com base na trégua ou pausa do vírus. As medidas de proteção social precisam continuar. A leitura pormenorizada contribuirá para a percepção de que, no Vale do Mamanguape, não existe platô, ou seja, não há estabilização no número de casos”.
E conclui: “Não é hora de aplausos, de comemorações, festas, publicidades eufóricas, mas de intensificação das ações de vigilância sanitária e ação educativas para que todos obtenham os melhores resultados. Essa recomendação pedagógica e sugestiva é válida para todos os municípios, inclusive aqueles que vêm registrando baixos índices, pois estamos lidando com um vírus que provoca letalidade em curtíssimo espaço de tempo”.