Um estudo divulgado no Reino Unido aponta que critérios étnicos e sociais são um fator de peso nas taxas de mortalidade dos doentes de Covid-19 no Brasil. Segundo a pesquisa pilotada pela Universidade de Cambridge, pessoas pardas e negras, principalmente no norte e nordeste do país, têm mais chances de morrer vítima do novo coronavírus.
Conforme publicação da Agência RFI, a população mais vulnerável ao novo coronavírus no Brasil — hoje a segunda nação mais afetada pela pandemia, depois dos Estados Unidos — pode ser identificada pela cor da pele e o endereço. As desigualdades sociais históricas registradas pelo país estão patentes nos números de mortos pela doença em hospitais, segundo o estudo “Variação étnica e regional na mortalidade por Covid-19 em hospitais no Brasil”, realizado pela Universidade de Cambridge, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
O documento inédito alerta que negros e, sobretudo pardos, estão mais sujeitos ao risco de morte, e que as populações do norte e nordeste têm taxa de mortalidade mais alta. Eles também apresentam mais comorbidades do que no resto do país – o que explica, em boa medida, o número de óbito nestes estados.