O professor Paulo Freire, educador pernambucano, que criou um método de alfabetização vinculado ao cotidiano dos alunos completaria 100 anos neste domingo (19). Mesmo após a sua morte, em 1997, a permanência do pensamento de Freire é comprovada por diversas declarações do patrono da educação brasileira.
“A educação, sozinha, não faz as coisas todas, mas, sem ela, as coisas todas não podem ser feitas. O bem do trabalho da educadora, do educador, é exatamente saber que pode fazer alguma coisa e insistir, não deixar que a educação descanse, fustigar, catucar a educação para que ela possa possibilitar o cumprimento de alguns dos nossos deveres.”
O portal UOL trouxe neste domingo (19) uma matéria especial sobre o lendário da educação brasileira. A página destaca que, entre campanhas de alfabetização, livros escritos, políticas públicas elaboradas e tiradas do papel, Paulo Freire espalhou a semente de uma pedagogia popular onde todas as pessoas são consideradas agentes do conhecimento.
Inspiração para gerações de professores e pesquisadores, o pedagogo recifense e cidadão do mundo desenvolveu programas de alfabetização em diversos territórios, incluindo países da África, como Moçambique e Guiné-Bissau, e da América Latina, dentre os quais Chile e Nicarágua.
Recentemente, muitos dos debates envolvendo a educação estiveram dominados por posições conservadoras e que, muitas vezes, confundem a opinião pública — a exemplo da bandeira da “escola sem partido” ou a defesa intransigente da militarização das instituições de ensino.
Conforme o UOL, essas posições convergem para o que Paulo Freire definiu como “cultura do silêncio”, utilizada para oprimir setores vulneráveis, submetendo-os aos interesses da cultura e da classe dominante.
Em uma de suas últimas entrevistas, Freire disse ter o desejo de “ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida”.
Ele sempre defendeu que, os processos educativos se relacionam aos contextos sociais a partir da consciência crítica e da criatividade de professores e alunos.
Paulo Freire foi, sem dúvidas, um caminhante da educação.